Andava na contramão do mundo;
Desafiava sentimentos contrários;
Enganava os olhos;
Enganava os corações.
Não era criança mas ria de tudo;
Não era criança mas chorava de emoção;
Não era criança mas sonhava;
Não era criança mas amava.
Servia ser por enquanto;
Também servia por encanto;
Brincava com rimas no entanto;
Escapava da vida portanto.
Se não era estava;
Se não sentia ria;
Caso fosse não ligava;
Se escondia e partia.
Seria esta a receita do brilho;
Nos olhos o riso da certeza;
De realidades infindas;
Que sorriem com desdém.
Onde estar quando doe?
Onde voar quando acordar?
Onde ser quando não se é?
Onde ir quando se for?
Nas passarelas da vida se corre;
Se voa; se entoa; se grita;
Se acorda; se dorme; se vive; se sonha;
Nas passarelas da vida se é quem se é.
Não se obedece, se desce;
Viagem clandestina nos porões;
Se desfila na rampa, na escada, na escala;
Se sobe se desce, na passarela se vive.
Quem canta encanta;
Quem chora se levanta;
Quem ri acorda do sono do sonho;
Da passarela se encanta na passarela.
Neto
Barcarena-PA, 25/04/2011.
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